DME 57
A 57ª edição do Festival DME denomina-se ‘Sources’ e ocorrerá nos dias 19 e 20 de Janeiro no Espaço Lisboa Incomum, em Lisboa.
Esta edição do festival começará com uma apresentação para duo de piano eléctrico e percussão, integrado por Tiago Varela e Monsieur Trinité, pelas 19h, e é seguido por Bruno Parrinha nos clarinetes, André Hencleeday no piano, e Carlos Santos no computador.
No segundo dia, teremos uma série de performances de compositores e intérpretes maioritariamente portugueses, que será aberto com a dupla de Maria do Mar e Helena Espvall no violino e violoncelo, seguida pelos contrabaixistas Hernâni Faustino e João Madeira; haverá também o trio de Anna Piosik, Bruno Gonçalves e João Valinho, respectivamente no trompete, guitarra eléctrica e percussão, assim como uma performance de Agustín Castilla-Ávila (guitarra eléctrica) e María Casares (movimento). Com apresentações com aproximadamente 30 minutos, o festival termina com Ernesto Rodrigues, Nuno Torres e Abdul Moimême, na viola, saxofone alto e guitarra eléctrica, respectivamente.
19 de Janeiro de 2018, 19:00
Lisboa Incomum, Rua General Leman, 20
Maria Radich voz
Pedro Santo percussão
Tiago Varela piano eléctrico
Monsieur Trinité percussão
Bruno Parrinha clarinetes
Carlos Santos computador
Lisboa Incomum, Rua General Leman, 20
Maria do Mar violino
Helena Espvall violoncelo
Hernâni Faustino contrabaixo
João Madeira contrabaixo
Anna Piosik trompete
Bruno Gonçalves guitarra eléctrica
João Valinho percussão
Agustín Castilla-Ávila guitarra
María Casares movimento
Ernesto Rodrigues viola
Nuno Torres saxofone alto
Abdul Moimême guitarra eléctrica
-- Biografias --
Monsieur Trinité
Francisco Trindade, também conhecido como Monsieur Trinité. É um pioneiro da improvisação em Portugal, tendo incluído os Plexus de Carlos “Zíngaro” no início da década de 1970 e mais tarde algumas formações de outro importante músico: Sei Miguel. Foi ele o curador de Quando os Lobos Uivam, que além das aqui mencionadas incluiu ainda uma desconstrucionista prestação da dupla António Chaparreiro / Pedro Alçada, com este último, surpreendentemente, em bateria.
Bruno Parrinha
Começou a tocar clarinete e sax tenor aos 10 anos. Mais tarde frequentou a Academia de Amadores de Música durante dois anos nos quais teve aulas de flauta transversal com Paulo Curado.
Com 22 anos faz parte de uma banda Pop, o que lhe permitiu comprar um sax alto Selmer. No ano seguinte faz parte dum trio com Joana Bagulho e Carlos Curto na peça musical "Vieux Carré" no Teatro da Graça. Desde então tem vindo a desenvolver a sua própria linguagem assente na composição imediata.
Passou pelos "Santos da Casa, FM" de Sei Miguel e de um quarteto com Rodrigo Amado, Rodrigo Pinheiro e Luis Desirat.
Ao longo da sua carreira como improvisador, já tocou com uma infinidade de músicos incluindo nomes incontornáveis como Carlos "Zíngaro", Nuno Rebelo, Ernesto Rodrigues, Paulo Curado, Wade Mathews entre outros.
Neste momento trabalha regularmente nos projectos Woods, Rive Gauche, A, "não...", Bartolinsky e Desdobrável.
Maria Radich
Maria Radich é uma cantora, coreógrafa e bailarina votada à transdisciplinaridade, que vem actuando na área da música improvisada, com actividade em simultâneo na dança e no teatro, como coreógrafa dos seus próprios espectáculos ou trabalhando com outros criadores.
Carlos Santos
Carlos Santos (Lisboa, 1967)
Artista sonoro e músico electrónico apresenta o seu trabalho, desde a década de noventa, em diversos formatos como instalações sonoras, peças audiovisuais multi-canal ou concertos.
A solo ou em grupos de diferentes escalas atribui uma atenção especial ao espaço arquitectónico no desenvolvimento musical.
Práctica electroacústica, filed recording ou processamento electrónico em tempo-real com software desenvolvido por si. Extensa lista de colaborações registadas em CD.
Trabalha como designer gráfico e fez desenho de som e música para o vídeo, animação e dança.
Maria do Mar
Maria Do Mar, violinista natural de Lisboa, tem um trajecto vincado na música clássica e ensino, embora tenha desde sempre colaborado com artistas de outras áreas musicais. Desde 2012, no seguimento da sua participação no Atelier de Improvisação e Direção de Ensemble em tempo-real (Conduction) dirigido por Butch Morris, começou a explorar a improvisação livre e outras linguagens no âmbito da música nova, tendo formado um duo de violino e baixo eléctrico, com o baixista e compositor Ricardo A. Freitas. Tem vindo a desenvolver trabalho de improvisação com vários músicos, apresentando-se em concertos, ciclos e festivais, com nomes como Carlos “Zingaro”, Marcelo dos Reis, Guillaume Aknine, Ricardo Ribeiro, Helena Espvall, Luís Vicente, Miguel Mira, Paulo Chagas, João Pedro Viegas, Joana Guerra, Ricardo Jacinto, Christophe Berthet, Maria Radich. No âmbito do Moving Theater participou como convidada no workshop de Suzuki/Viewpoints, de Lowri Jenkins e Joana Pupo. Busca assim, um universo musical mais amplo e o desenvolvimento de uma linguagem mais pessoal, com fronteiras musicais esbatidas onde se abrem possibilidades transversais e sem limites criativos.
Helena Espvall
Helena Espvall é uma violoncelista que se move dentro dos círculos da música improvisada e indie rock. Nasceu e cresceu na Suécia, interpretando guitarra e violoncelo em bandas de rock e numa orquestra para cinema mudo. Instalando-se em Filadélfia em 2000, Espvall explorou música árabe, actuou com o Amnesiac Music & Dance Ensemble e juntou-se ao grupo folk psicadélico contemporâneo Espers, gravando os CDs Weed Tree e II com eles. A sua inclinação para o free jazz resultou em colaborações com o guitarrista Eugene Chadbourne. É também uma das artistas em destaque na gravação Before the Beginning do saxofonista e flautista Oluyemi Thomas, e em Habitats in the Wound de From Quagmire. O seu primeiro CD, Nimis & Arx é da editora Pax / Fire Museum e foi produzido por George Korien; aqui, Esvall interpreta na guitarra, violoncelo, gravador, voz, utilizando também electrónica. Trabalhou com variados artistas como Katt Hernandez, Lukas Ligeti, Masaki Batoh, Gui Mallon, Nick Castro, Bert Jansch, Sharron Kraus, Fürsaxa, Vashti Bunyan, Samara Lubelski, Marissa Nadler, Damon e Naomi, Arborea, Curia, Bola de ouro, Projecto Valerie, Polineros e Scorces.
Hernâni Faustino
Depois de se estabelecer como guitarrista elétrico em bandas de rock alternativas nos anos 80, Hernâni Faustino dedicou-se ao avant-jazz e música improvisada, escolhendo o contrabaixo como o seu instrumento autodidacta. Duas décadas depois de múltiplas colaborações com músicos portugueses e internacionais, é actualmente considerado como um dos baixistas mais intensos e sólidos da cena portuguesa. A colaboração que mantém com o baterista Gabriel Ferrandini (trio VERMELHO, Nobuyasu Furuya Trio & Quintet, Rodrigo Amado Wire Quartet) foi apontada como um agrupamento de ritmo dinâmico e poderoso. O seu jogo visceral é demonstrado pelas contorções do seu rosto durante uma performance: vai aos limites do prazer e da dor.
Além de ser músico, era um dos membros da editora Clean Feed, considerada uma das cinco mais importantes no que diz respeito ao jazz, assim como da Loja de Jazz Trem Azul, em Lisboa. Compôs também para teatro, produziu programas de rádio e escreveu sobre música em algumas revistas. Uma boa parte de sua actividade em fotografia é também orientada para a música, sendo um dos fotógrafos de palco mais bem sucedidos. As inúmeras colaborações de Hernâni Faustino com outros improvisadores são surpreendentes: John Butcher, Lotte Anker, Nate Wooley, Carlos "Zíngaro", Agustí Fernández, Sei Miguel, Rafael Toral, Jason Stein, Nuno Rebelo, Rodrigo Pinheiro, Gabriel Ferrandini, Pedro Sousa, Rodrigo Amado, Albert Cirera, Manuel Mota, Luís Lopes, Jon Irabagon, Taylor Ho Bynum, Gerard Lebik, Piotr Damasiewicz, Harris Eisenstadt, Neil Davidson, Heddy Boubaker, Gerard Lebik, Elliott Levin, Katsura Yamauchi, Mats Gustafsson, Chris Corsano, Nikolaus Gerszewski, Rob Mazurek, Reinhold Friedl, Ernesto Rodrigues, José Oliveira, Helena Espvall, Nuno Torres, Ricardo Jacinto, Blaise Siwula, Virginia Genta, Elliott Levin, Daniel Carter, Federico Ughi, Floros Floridis, Matt Bauder, Dennis González, Vítor Rua, e muito mais, cobrindo uma ampla gama de bop livre para experimentação extrema, passando pela improvação electroacústica, reducionismo e ruído.
João Madeira
João Madeira começou a estudar contrabaixo aos 12 anos, iniciando os seus estudos de escola clássica e enveredando mais tarde pelo desenvolvimento da improvisação e composição, impulsionado pelo tempo de permanência, inicialmente, com as diversas linguagens étnicas do mundo e por último, com a prática do jazz e da composição. Frequentou o Conservatório de Lisboa com João Panta Nunes, desenvolvendo mais tarde os seus estudos com Jorge Lee.
Licenciou-se em Musicologia, tendo sido investigador para a candidatura do Fado a Património pela Unesco. Foi coordenador do Sector de Música na sede do INATEL. É professor de piano, guitarra, 1.º e 2.º ciclos.
Como músico, tem desde 1999 uma actividade intensa em diversos géneros musicais, mas é na música improvisada que encontra espaço para desenvolver a sua própria linguagem. Tocou e gravou com O.S.J., Camerata do Barreiro, Imbolc, Monte Lunai, TchekhovTrio, Fernando Ferreira, Vasco Abranches, Paulo Chagas, Miguel Mira, Abdul Moimême, Ernesto Rodrigues, , Eduardo Chagas, Hilaria Kramer, entre outros. No teatro e cinema, participou já como compositor, músico, sonoplasta e actor, tendo-se estreado com texto performativo num espetáculo onde fez a direção musical – “Para acabar, a partir A. Artaud”, em 2013, no Porto, onde já residiu. Antes colaborou com Artistas Unidos, Companhia do Chapitô, Casa Conveniente e Organização. A solo destaca os seus projectos Aero – videoart/performance e Eterium – arte plástica de Paulo Teixeira Lopes. Em contexto de banda, o seu projecto em trio “Sopa da Pedra”, com Miguel Mira e Hilaria Kramer, que gravou em 2014 o seu primeiro cd. Actualmente a desenvolver outros projectos com: Paulo Curado, José Bruno Parrinha, Pedro Castello Lopes, Maria Radich, Carlos Godinho, Luís Vicente, Nuno Morão, Florian Stoffner, Carlos Sério, entre outros.
Leitor permanente, desde muito cedo que divide a sua paixão pela música com a literatura e a estética, tendo publicado um livro em 2002, "...E a Lua Forma-se Luar", pela Aríon Publicações.
Ernesto Rodrigues
Ernesto Rodrigues nasceu em Lisboa a 29 de Agosto de 1959. Inicia os seus estudos musicais aos sete anos de idade, sob a orientação de Wenceslau Pinto. Em 1973, frequentou a Academia de Amadores de Música e, pouco depois, o Conservatório Nacional, onde estuda Violino e Composição. Estudou com Emmanuel Nunes, Paulo Brandão e Eurico Carrapatoso. Participou em diversos cursos e workshops com Jorge Peixinho e Constança Capdeville, entre outros. O seu principal interesse está relacionado com a música contemporânea (improvisada e/ou escrita), assim como em música gráfica e indeterminada (partituras cedidas pelos compositores Gerhard Stäbler e Phill Niblock). A relação com os seus instrumentos é basicamente direccionada para aspectos de ordem “sónica” e textural. A influência da música electrónica tem sido determinante para uma abordagem nova, no que ao violino/viola diz respeito, subvertendo os conceitos clássicos e académicos, recorrendo ao uso sistemático de “preparações” e micro-tonalidades. Colaboração musical em trabalhos dos artistas plásticos Carlos Mota e Rogério Silva. Música para Dança em trabalhos de Isabel Valverde, Ana Galan, Anna Pasztor, Valérie Métivier e Ana Moura. Música para Cinema onde destaca a sua colaboração com os realizadores Rui Simões e Edgar Feldman. No campo da Poesia distingue experiências com Lawrence Ferlinghetti e Manuel Cintra. Membro fundador dos grupos Metropolis, Fromage Digital e Lautari Consort. Activo como improvisador, destaca colaborações com Carlos Zíngaro, Margarida Garcia, Manuel Mota, Ulrich Krieger, Gabriel Paiuk, Jean-Luc Guionnet, Toshihiro Koike, Taku Unami, Masafumi Ezaki, Masahiko Okura, Christine Sehnaoui, Wade Matthews, Ingar Zach, Michael Thieke, etc. Em 1999 funda a editora Creative Sources Recordings, principalmente vocacionada para a música experimental e electroacústica.
Nuno Torres
Nasceu em Lisboa em 1977, onde vive e desenvolve a sua actividade. Desenvolveu o estudo do saxofone alto na área do Jazz e participa em diversos ensembles na área da música improvisada e electro-acústica (Orquestra de Geometria Variável, CACTO, PinkDraft). Nos últimos anos tem cooperado com diversos projectos, cruzando diferentes áreas do espectáculo como teatro, dança e artes plásticas (Ricardo Jacinto, Ernesto Rodrigues, Sei Miguel, Adriana Sá, Beatriz Cantinho). Percorre o seu caminho como músico numa pesquisa experimental da matéria sonora, utilizando como instrumento central o saxofone alto.
Bruno Gonçalves
Abdul Moimême
Abdul Moimême é um músico Português, membro activo da comunidade de improvisação livre Lisboeta. O nome do músico é um heterónimo inspirado na obra do artista plástico judeu Abdul Mati Klarwein, cujo trabalho ilustrou inúmeras capas do jazz e do rock. Estudou guitarra com professores particulares em Madrid, mudando-se posteriormente para Boston para estudar arquitetura, concluindo o curso na Universidade Técnica de Lisboa. Também estudou saxofone tenor com Patrick Brennan, envolvendo-se paralelamente com a cena da música improvisada e do rock independente. Em 1999 começou a escrever sobre jazz em diversas publicações nacionais, tais como as revistas Flirt, All Jazz, Jazz.pt e ainda no jornal Público. Tem tocado com músicos como:Axel Dörner, Carlos Santos, Carlos “Zíngaro”, Eduardo Chagas, Ernesto Rodrigues, Floros Floridis, Gale Brand, George Haslam, Guilherme Rodrigues, Heddy Boubaker, João Pedro Viegas, Jon Raskin, José Oliveira, Manuel Mota, Marcello Magliocchi, Matthias Boss, Miguel Mira, Monsieur Trinité, Nuno Torres, Nuno Rebelo, Nusch Werchowska, Patrick Brennan, Paulo Chagas, Paulo Curado, Ricardo Guerreiro, Rodrigo Amado e Wade Matthews...
Agustín Castilla-Ávila
Agustín Castilla-Ávila, vice-presidente da Sociedade Microtonal Austríaca (International Ekmelic Music Society), trabalhou como compositor na Europa, Ásia e EUA. A sua música foi dirigida por D. Russell-Davies, J. Kalitzke, T. Ceccherini, A. Soriano, H. Lintu and H. Schellenberger, entre outros. Escreveu música para instrumentos solo, música de câmara, orquestral, peças de teatro, coreografias e cinco óperas de câmara. É editado pela Doblinger Verlag and Joachin Trekel. Em 2013 recebeu o Prémio de Música (Jahresstipendium) da Região de Salzburgo.
María Caceres
MARÍA CASARES GONZÁLEZ nasceu em Leão, Espanha. Estudou educação física na Universidade de Barcelona. Mais tarde, decidiu expandir as suas capacidades enquanto bailarina entrando no Institut del Theatre em Barcelona para explorar o mundo da coreografia e interpretação do movimento. Continuou o seu treino profissional no SEAD, Salzburg Experimental Academy of Dance. Actualmente, trabalha como artista freelancer. Como bailarina, trabalhou com artistas como Paul Wenninger, Mia Lawrence, Nayana Bhat, Daphna Horenczyk e Tony Mills.
Nuno Torres
Nuno Torres percorre o seu caminho (único em Portugal) como músico, numa pesquisa experimental da matéria sonora, utilizando como instrumento central o saxofone alto, por entre as mais diversas disciplinas artísticas, tem colaborado com importantes artistas nacionais e internacionais.
Hernani Faustino tornou-se numa figura incontornável quando se fala de improvisação nacional, seja através do aclamado RED trio, ou através das suas recentes incursões discográficas ao lado de Lotte Anker ou Jon Irabagon. Nuno Morão tem desenvolvido grande parte do seu trabalho na area da música improvisada com o PARQUE (Ricardo Jacinto), Pinkdraft e IKB de Ernesto Rodrigues, de forma meticulosa e criativa.
Abdul Moimême
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